Pára! Escuta, perde o olhar no horizonte por um momento… Saboreia a energia. Consegues sentir o odor? É o cheiro do Oceano.
Começou a ser celebrado após a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento em 1992, no Rio de Janeiro. Mas só em 2008 é que o dia 8 de Junho foi decretado pela Assembleia Geral das Nações Unidas como o Dia Mundial dos Oceanos. Dezenas de países celebram a data, incluindo Portugal, mostrando a importância dos oceanos no clima e como elemento essencial da biosfera. A importância dos oceanos para a preservação das espécies e da biosfera é um dos vários factos destacados pelas Nações Unidas, que escolhe todos os anos um tema central para o debate de novas ideias e projetos de preservação e proteção dos oceanos, o tema escolhido este ano é: Vida e Subsistência. Além disso, esta data pretende ainda reforçar a ideia de se construir uma ligação estreita, inclusiva, inovadora e informada com o oceano.
Talvez não partilhes do mesmo gosto que eu pelo mar, no entanto, mantém-te informad@. Se és uma pessoa que tens uma certa conexão com o oceano ou com o mar, então vais compreender a minha preocupação.
A pesca é uma atividade que todos nós Portugueses conhecemos bem, em algumas regiões do nosso país é arte, reconhecida como Património Imaterial Cultural. É uma atividade milenar, praticada pelo ser humano desde tempos imemoriais.
Nós, humanos, somos considerados os maiores predadores existentes no Planeta Terra, desde cedo criámos truques e técnicas que nos permitissem capturar peixes, moluscos e crustáceos, tal como fizemos com a caça. Caça e pesca são, pois, duas das atividades humanas que sempre nos acompanharam, desde os primórdios, visto permitirem suprir as suas maiores necessidades de alimentação.
A evolução da indústria da pesca face às necessidades da alimentação:
É aqui que assentam algumas das minhas preocupações em relação aos oceanos (e não só…). Hoje em dia, vê-mos todos os tipos de marcas, a usar os media e redes sociais para bombardear os consumidores com a informação de que as suas marcas são “amigas do ambiente”, ou que fazem parte de uma “produção sustentável” e usam selos azuis ou verdes, querendo provar-nos que são marcas conscientes e preocupadas com o ambiente.
A verdade não é bem assim, as marcas só querem a nossa atenção e vender mais. Infelizmente, as leis para a pesca industrial ainda não são globais, o que significa que cada país tem a sua legislação e, como todos nós sabemos, ainda há países muito atrasados nestes temas, não por falta de conhecimento, mas muito por interesses económicos, e é precisamente nestes países onde os oceanos estão a ser arrasados com exploração excessiva dos recursos existentes.
A exploração excessiva dos recursos naturais, neste caso dos oceanos, tem implicações ambientais que muitas vezes não têm retorno. Devastar os oceanos da forma que está a ser feito, com uso de frotas industriais absurdas para capturar tudo o que está no oceano, é como a implantar um tumor num pulmão humano. Sabemos que é uma ameaça de morte lenta e dolorosa, que cresce e alarga estragos a outros órgãos do corpo, sem certeza que pode ser tratado, mas como é rentável, decidimos avançar. E se ainda pensam que as palinhas de plástico são as culpadas de danificar os oceanos, deixem-me que vos diga, é uma gota num oceano. Ironicamente verdade, o plástico que temos andado a reduzir durante estes anos todos devido a medidas ambientais adotadas pela UE, não é nada, comparando com o plástico e outros poluentes que a indústria da pesca despeja no mar todos os dias.
Existe um documentário na Netflix muito interessante acerca deste tema, SEASPIRICY – pesca insustentável, que aconselho a todos a ver. Mostra uma realidade um bocadinho diferente daquilo que estamos habituados a ver pelos media ou pelas publicidades maravilhosamente feitas a pensar na tua atenção. Mas aviso desde já aos mais sensíveis, conheço quem tenha deixado de comer peixe por assistir a este documentário. Existe também dentro do mesmo drama um outro documentário acerca da produção bovina, COWSPIRAY – o segredo da sustentabilidade, também muito bom.
Não, não é conversa de vegetariano, sou apenas uma pessoa que gosta de se manter informada e fazer compras mais conscientes em relação ao ambiente. Sei que é impossível dizer à humanidade para pararem de comer peixe, ou carne, ou cereais, ou o que quer que seja… Somos humanos, somos predadores, precisamos de alimento. Mas isso não é desculpa para usar e abusar dos recursos como se fossemos donos deles e que eles só existem para serem explorados.
A humanidade depende muito mais destes recursos do que imagina e, um dia, devido à falta de preocupação, eles vão desaparecer e nessa altura (se ainda cá estiver), vou gostar de ver esses capitalistas todos a comer papel.
E tu, o que tens a dizer sobre este tema? Para quando uma revolução? Deixa-nos a tua opinião nos comentários ou partilha nas tuas redes, ajuda-nos a alcançar mais utilizadores para a nossa comunidade.
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